FREGUESIA DE CAMPOS
INFORMAÇÃO SUMÁRIA
Padroeiro: S. João Baptista.
Habitantes: 1.367 habitantes (I.N.E. 20011) e 1.136 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais:Agricultura, indústria, pecuária, comércio e hotelaria.
Tradições festivas: Senhora de Fátima, S. Sebastião (20 de Janeiro), S. João (23 e 24 de Junho) e Santa Luzia (26 de Dezembro).
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja Paroquial, Capela de Santa Luzia e Rio Minho.
Gastronomia: Arroz de lampreia, debulho de sável e rojões.
Colectividades: Associação Desportiva de Campos e Centro Cultural e Rancho Folclórico de Campos.
ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A Freguesia de Campos, hoje cada vez mais conhecida por nela se localizar a Zona Industrial do Concelho de Vila Nova de Cerveira, ocupa uma área de cerca de 501 ha. A norte, o rio Minho é a fronteira natural que separa a Freguesia de Campos, do território da Galiza. As Freguesias de Cornes e Vila Meã estabelecem, a nascente, os seus limites, assim como os limites, a sul, estão definidos com a Freguesia de Nogueira. A poente está a Freguesia de Reboreda. São seus lugares principais: Arte, Cabreira, Campos de Cima, Capela, Carvalha, Cortinhal, Couto, Furna, Gandra, Igreja, Lagoa, Outeirinho, Outeiro, Pousado, Quinta, Rego, Rio, Sobreiro e Veiga.
Com excelentes acessibilidades, servida pela EN 13 (Porto – Valença), tem a A3 a cerca de 5 km. Campos é provavelmente uma das poucas freguesias da região Alto-Minhota a absorver mão-de-obra de outras localidades, face à oferta de emprego que aí se verifica em razão dos Pólos Industriais que possui.
RESENHA HISTÓRICA
A respeito da história desta freguesia, pode ler-se no livro Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo:
«A igreja de São João de Campos pertencia em 1258 ao bispo de Tui. Como se documenta na lista das igrejas daquele bispado, situadas em território de Entre Lima e Minho, elaborada em 258-1259. No Censual de D. Diogo de Sousa (1514-1532). no qual se faz o apuramento da contribuição que as igrejas que, tinham pertencido à Sé de Tui, e então incorporadas na diocese de Braga, tinham de pagar à arquidiocese, Campos vem mencionada no concelho de Vila Nova de Cerveira, com a taxa de 160 réis. No entanto, em 1545, no Memorial feito pelo vicário da comarca de Valença, Rui Fagundes, no tempo do arcebispo D. Manuel de Sousa, São João de Campos estava integrada naquela comarca, rendendo 40 mil réis. O censual de D. Frei Baltasar Limpo, na cópia de 1580, utilizada pelo Padre Avelino Jesus da Costa no seu livro “A Comarca Eclesiástica de Valença” refere que SãoJoão de Campos se dividia em duas partes, pertencendo a metade sem cura ao arcebispo ”in solidum”, e a outra, com cura, ao mosteiro de Valboa, a quem competia o direito de apresentação. Em 1582, por provisão do arcebispo D. Diogo de Sousa, e breve do papa Clemente VII o mosteiro de Valboa foi anexado à comunidade beneditina de Santa Ana de Viana. Em 1757, São João de Campos possuía dois abades, tendo cada um de rendimento 150 mil réis. Em 1839 enquadrava-se na comarca de Monção, sendo no ano seguinte anexa à freguesia de Vila Meã. Em 1852 aparece na comarca de Valença. No mapa das côngruas, de 1856, Campos e Vila Meã figuram separadamente, voltando a unir-se em 1864. Neste ano tiveram um pároco comum.»
Seguindo a opinião de outros autores fica-se a saber que foi abadia da apresentação da mitra.
Campos recupera o seu estatuto de freguesia em 13 de Janeiro de 1898, quando do restauro do concelho de Vila Nova de Cerveira. Num pequeno vale da freguesia, em sítio escondido, está uma capela de invocação a Santa Luzia. Esta invocação não deve ir além do século XVII. Ao local ainda dão o nome de Mosteiro, e à bouça próxima chamam Cerca, tendo sido todos os terrenos à volta foreiros de Sant’Ana de Viana do Castelo. Aqui esteve o Mosteiro de Santa Maria de Valboa, da Ordem de S. Bento. A história da sua fundação é hoje uma incógnita. Diz a Coreografia Portuguesa que ela se deve aos senhores da Torre da Silva, seus padroeiros, segundo a tradição. Dele foi abadessa D. Urraca Soares, filha de Soeiro Gonçalves, neta de Gonçalo Pires de Belmir, bisneta de Martin Pires de Belmir, terceira neta de Pedro Soares de Belmir e de sua mulher D. Gontinhada Silva, filha de D. Paio Guterres da Silva, senhor da dita Torre da Silva no tempo de D. Afonso VI, de Leão. Também o conde D. Pedro, no seu Nobiliário, referindo-se aos Silvas, faz menção de Soeiro Gonçalves, filho de Gonçalo Pires — um dos cavaleiros que se acharam com el-rei D. Fernando, o Santo, no cerco de Sevilha pêlos anos de 1248 —, e diz que Soeiro Gonçalves teve uma filha de nome D. Urraca Soeiro, que foi a abadessa de Valboa. Segundo o Registo de Valença, “no ano do Senhor de 1444 Ignez Barbosa foi confirmada abadessa de Santa Maria de Valboa, da Ordem de S. Bento”. Quando, em 1500, o vigário-geral, provisor do bispo de Ceuta, visitou o mosteiro, encontrou-o governado por uma clérigo secular, João Rodrigues Novais, que coagiu a renunciar, restituindo a administração à abadessa então eleita, D. Mor Alves, e determinando-lhe que não alienasse, emprazasse ou arrendasse os bens sem a devida licença, conforme consta da provisão escrita em Viana a 30 de Dezembro daquele ano. Na fachada da Capela de Santa Luzia pode ler-se uma data que parece ser 1136, reinando D. Afonso. Aquele rei Afonso não será, por certo, o nosso primeiro monarca, uma vez que este só começou a intitular-se
rei depois da Batalha de Ourique. Será, sem dúvidas, Afonso VI de Leão. visto dever reputar-se a era de 1136 ao ano de 1098, em que reinou. A capela-mor do templozinho da Valboa é de estilo românico, conservando, do arco cruzeiro para cima, a sua primitiva arquitectura. Só o corpo da igreja sofreu reforma, reedificado já ao gosto gótico, talvez no reinado de D. João I. Os dois túmulos altos da capela-mor — que erradamente se atribuem como dos fundadores, com nítidos sinais de violação, mostram que o do lado do Evangelho é de um cavaleiro, pela espada que acompanha o escudo dos Pereiras; e o do lado da Epístola tem seis cruzes floridas desta família, três na pedra tumular e outras três no frontal. Idênticos símbolos ladeiam o brasão que fecha a porta principal, numa demonstração de que os Pereiras tiveram, pelo menos, o padroado. E que se aproveitaram dos velhos jazigos dos fundadores ou que os existentes foram por eles mandados construir. Merecem particular referência no recheio encontrado nesta capelinha simples uma imagem de Santa Luzia, em madeira, bastante corroída; outra de Santo Estêvão; e ao centro uma terceira imagem, esta de Santa Maria de Valboa, em madeira, de uma beleza invulgar. Os frontais do altar possuem pinturas de frescos dos séculos XII, XV e XVII.
Inventário do Património Arquitectónico
Informações detalhadas acerca de:
► Capela de Santa Luzia
FREGUESIA DE VILA MEÃ
INFORMAÇÃO SUMÁRIA
Padroeiro: S. Paio.
Habitantes: 347 habitantes (I.N.E.2011) e 293 eleitores em 05-06-2011.
Sectores laborais: Pequeno comércio, indústria, hotelaria, agricultura e pecuária.
Tradições festivas: S. Paio (5 e 6 de Agosto).
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial e cruzeiro, praia fluvial e Zona de Lazer de Moutorros (rio Minho) e aeródromo de Cerval.
Gastronomia: Arroz de lampreia, sarrabulho e enchidos de porco.
ASPECTOS GEOGRÁFICOS
A Freguesia de Vila Meã, fica cerca de oito quilómetros a norte do Concelho de Vila Nova de Cerveira do qual faz parte. Com uma área de aproximadamente 224 ha, é composta pelos lugares de Castanhal, Cruzeiro, Fonte, Igreja e Montorros. Tem por limites: a Norte, o rio Minho, tendo a Galiza na outra margem. A Nascente, a Freguesia de S. Pedro da Torre, pertencente ao concelho de Valença. A Sul, a Freguesia de Cornes, e a Poente, a Freguesia de Campos.
São variadas as atractividades de Vila Meã, seja sua praia fluvial, no rio Minho, onde a pesca desportiva é uma das potencialidades, no que às actividades de lazer diz respeito, seja pela existência do concorrido aeródromo de Cerval. O Parque de Lazer de Montorros e a represa de Miragaia têm igualmente aspectos importantes na vida desta freguesia.
RESENHA HISTÓRICA
Citada nas Inquirições de 1258, Sancti Pelagii de Villa Meyana (Vila Meã) pertenceu ao bispado de Tui, deve ter tido povoamento pré romano, visto ser anterior ao século XII, e pela existência de pelo menos um castro num dos seus montes.
Quanto a história da freguesia, no livro “Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo” diz textualmente:
« A igreja de Vila Meã pertencia em 1258 ao bispo de Tui, como se documenta na lista das igrejas daqueles bispado, situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III.
No Censual de D. Diogo de Sousa (1514-1532) no qual se faz o apuramento da contribuição que os 140 benefícios, que tinham pertencido à Sé de Tui, agora incorporados na diocese de Braga, tinham de pagar à arquidiocese, Vila Meã vem mencionada no concelho de Vila Nova de Cerveira, pagando 57 réis e 2 pretos.
No entanto, em 1545, no Memorial feito pelo vigário da comarca de Valença, Rui Fagundes, no tempo do arcebispo D. Manuel de Sousa, São Paio de Vila Meã estava integrada naquela comarca, rendendo 15 mil réis.
O Censual de D. Frei Baltasar Limpo, na cópia de 1580, utilizada pelo Padre Avelino Jesus da Costa no seu livro “A Comarca Eclesiástica de Valença”, enquadra São Paio de Vila Meã na Terra de Vila Nova de Cerveira, da colação do arcebispo. Nesse tempo encontrava-se anexa perpetuamente a uma conesia de Valença pertencente a João Rodrigues Novais, que tinha sido confirmada a Gonçalo Martins.
Em 1757, Vila Meã tinha vigário apresentado pelo cabido da Colegiada de Santo Estêvão de Valença. Tinha de renda 30 mil réis e o pé de altar.
O arcebispo de Braga apresentava aqui, por concurso, o abade, e um benefício simples, rendendo ambos 50 mil réis.
Em 1864, Vila Meã estava unida a Campos, tendo só um pároco.
Tendo sido anexada ao concelho de Valença pelo decreto de 12 de Julho de 1895, que extinguiu o de Vila Nova de Cerveira, voltou a este em 1898, por decreto de 13 de Janeiro desse ano.»
Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias Autarcas Séc.XXI, Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo e Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.